Presidente do Departamento de Psicologia da SOPATI apresentou dois trabalhos no ESICM

A Coordenadora do Departamento de Psicologia da SOPATI e pesquisadora da UTI do Hospital Sírio-Libanês, Dra. Renata Rego Lins Fumis, apresentou, no “29th European Society of Intensive Care Medicine (ESICM) Annual Congress”, em Milão, dois trabalhos.

O primeiro realizado com toda a equipe multidisciplinar da UTI e da Unidade Crítica Geral do Hospital Sírio-Libanês, mostra resultados sobre Burnout e Moral Distress. De acordo com seus resultados, cerca de 20% de toda equipe sofre com Burnout severo e o Moral Distress –Sofrimento Moral, foi associado significativamente com o Burnout.

O Sofrimento Moral é decorrente da incoerência entre as ações dos trabalhadores e suas convicções pessoais. Questões como “Inicia ações extensivas de suporte de vida quando pensa que elas apenas prolongam a morte”; “Continua a participar do cuidado de uma pessoa doente e sem esperança de cura, que está mantida viva por um aparelho de ventilação artificial, quando ninguém se dispõe a tomar a decisão de retirar medidas de suporte” foram muito pontuadas pela equipe e associadas com o Burnout. 

O Segundo Trabalho refere-se à atual pesquisa sobre o Paciente Crítico Crônico, apresentando a definição mais atualizada do Crítico Crônico, ou seja, quando o paciente permanece pelo menos oito dias na UTI somado a um dos seguintes critérios:

1. SEPSE
2. Traqueostomia
3. Ventilação Mecânica Invasiva por quatro dias ininterruptos
4. AVC de qualquer tipo
5. TCE
6. Lesões graves, politrauma

De acordo com seus resultados parciais, com 66 pacientes analisados, a maioria (62%) apresentou mais que um dos seis critérios, sendo a SEPSE o critério elegível mais comum (74,2%) seguido da Ventilação Mecânica (65,2%) dos pacientes. O tempo médio de permanência na UTI foi de 17,75±11,25 dias, a mediana do SAPS 3 igual a 54,5. A mortalidade na UTI foi de 13,1% e em 30 dias o total acumulativo foi de 30,3%.

Entre os sobreviventes, foi observado que em trinta dias, os pacientes apresentaram severas limitações em todas as dimensões do EQ 5-D: 42% estão sem conseguir andar; 52,6% sem fazer seus próprios cuidados; 68,4% sem fazer suas atividades habituais;13,2% com dor ou desconforto e 7,9% com sintomas de ansiedade/depressão. Além disso, 44.7% dos pacientes estavam completamente dependentes para suas atividades de vida diária.

Em relação aos familiares, a maioria esposas e filhos, 50% apresentaram sintomas de ansiedade durante a internação na UTI e 27,3% de depressão, havendo melhora após 30 dias. O estudo faz um seguimento de até 180 dias para avaliar pacientes e familiares.