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SOPATI Apoia a Campanha do Dia Mundial da Sepse

No próximo dia 13 de setembro, estará sendo divulgado em todo o mundo mais uma campanha do Dia Mundial da Sepse. No Brasil, esta campanha está sendo realizada pelo ILAS e AMIB, em parceria com inúmeras associações medicas e de enfermagem. O Dr. Luciano Azevedo, médico do Instituto Latino-Americano de Sepse e diretor tesoureiro da SOPATI, fala sobre a campanha e os desafios para tratamento da sepse em nosso país.

Qual a importância de se mobilizar a população e os profissionais de saúde para o tema sepse?

A sepse é uma doença cujas características e sintomas são muito inespecíficas e cujo reconhecimento e internação precoces fazem toda a diferença no tratamento. Precisamos aumentar o esclarecimento da população sobre as características da doença e sobre os sinais de gravidade da sepse que estão relacionados às disfunções orgânicas. Assim, pode-se fazer com que os pacientes acometidos por sepse procurem mais rapidamente os serviços de saúde, num momento em que as disfunções orgânicas ainda não estejam completamente estabelecidas, e isso pode fazer toda a diferença na sobrevida.

Qual é a realidade da Sepse em nosso país?

Nosso país tem uma das maiores mortalidades de sepse do mundo. Não sabemos muito bem os motivos pelos quais isso acontece, mas acreditamos que uma das razões seja devido ao pouco conhecimento da população sobre a doença, o que faz com que os pacientes com sepse sejam admitidos para tratamento em fases mais avançadas da síndrome, onde o risco de óbito é maior. Além disso, os profissionais de saúde que atendem os pacientes sépticos, seja nos prontos-socorros, enfermarias ou UTIs, também têm dificuldades no reconhecimento rápido da sepse e de suas disfunções orgânicas. Novamente, o diagnóstico de sepse é feito de forma atrasada e as horas iniciais, importantíssimas para o tratamento com antibioticoterapia e reposição volêmica, são perdidas. Mas obviamente as características do sistema de saúde brasileiro também desempenham um papel, pois muitas vezes em virtude da superlotação dos hospitais, pacientes com sepse são atendidos na fase mais precoce de seu tratamento em locais onde a estrutura não é adequada para dar o suporte que eles precisam. Quando esses pacientes são admitidos na UTI, as disfunções orgânicas já são preponderantes e a chance de sobrevida é bem menor.

Em relação aos profissionais, quais são os principais desafios que precisam ser superados para que esses números caiam?

No meu entender, temos dois grandes desafios para os profissionais de saúde no Brasil. O primeiro é também aumentar o conhecimento sobre a doença, pois estudos mostraram que os médicos brasileiros não conseguem identificar adequadamente as fases da sepse nem os critérios de disfunção orgânica. Devemos salientar que o diagnóstico de sepse grave geralmente não é feito pelo médico intensivista e sim pelo médico que atende nos serviços de urgência ou é chamado para avaliar pacientes internados nas enfermarias. Assim, não conseguimos realizar o diagnóstico precoce da sepse nem seu tratamento, de tal maneira que perdemos a janela de oportunidade para aumentar a sobrevida. Outro aspecto diz respeito ao fato do Brasil ter taxas elevadas de infecções relacionadas à assistência de saúde, como pneumonias associadas à ventilação mecânica e infecções de cateter central. Essas taxas elevadas podem ser combatidas por medidas que devem ser realizadas por todos os profissionais de saúde, como lavagem de mãos, cuidados com higiene de cateteres e circuitos. Apesar dos profissionais de saúde saberem que essas medidas são importantes, elas são muito pouco implementadas. E, da equipe multidisciplinar, os profissionais que menos aderem a essas medidas são os médicos.

Além da distribuição de materiais para o público leigo e profissionais de saúde, quais serão as outras ações?

Teremos atividades junto à imprensa com divulgação do dia mundial da sepse nos principais meios de comunicação do país visando uma abrangência ainda maior de nossas ações. Criamos um site www.diamundialdasepse.com.br, onde serão divulgadas essas ações e o material da campanha estará disponível para download e distribuição.

Qual a principal mensagem que o ILAS deseja passar para os profissionais de saúde?

Gostaríamos de conclamar os profissionais da equipe multidisciplinar da UTI a se engajarem na Campanha do Dia Mundial da Sepse. Somos nós que tratamos os pacientes sépticos na fase mais grave de sua doença, onde o risco de óbito ou sequelas significativas é maior. Assim, são os membros da equipe multidisciplinar da UTI que devem se mobilizar para aumentar o conhecimento sobre a sepse e melhorar seu tratamento. Participem, façam palestras sobre o assunto para o público leigo, desenvolvam campanhas de esclarecimento sobre a sepse em seu hospital e em sua cidade. Apenas com a ajuda de todos conseguiremos reduzir a mortalidade da sepse no Brasil.

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