Superbactérias em UTIs assustam população

A Vigilância Sanitária de Porto Alegre informou que uma das bactérias multirresistentes que provocaram a interdição de 15 leitos de uma Unidade de Terapia Intensiva em um hospital de Porto Alegre pode estar presente em outros hospitais da Rede Pública e também particular. Segundo o órgão, no último semestre, a Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) teria infectado mais de 200 pessoas em UTIs e emergências da capital gaúcha. E na última sexta-feira (10.5), uma nova bactéria (New Delhi metallo-beta-lactamase - NDM-1) foi identificada em um hospital, porém não encontrada em outros estabelecimentos de saúde.

Para os profissionais que tratam pacientes críticos, tratados nas unidades de terapia intensiva, as infecções preocupam muito, pois depois do trauma, são responsáveis por altos índices de mortalidade. Os estudos revelam que 70% dos pacientes internados nas UTIs recebem tratamento para algum tipo de infecção. Nesse ambiente, o risco de infecção é de 5 a 10 vezes maior do que em outros ambientes hospitalares e podem chega a representar 20% do total de casos registrados de infecção em um hospital.

Vários são os pontos que contribuem para o surgimento de “ataque” das superbactérias. A assistência em unidade de terapia intensiva é constantemente desafiada por infecções relacionadas aos procedimentos invasivos. Por isso, é importante analisar caso a caso e determinar se realmente tais procedimentos são necessários no paciente.

Outro ponto levantado pelos médicos intensivistas é o uso indiscriminado e, às vezes, desnecessário de antibióticos e antimicrobianos. Esse é um tema muito complexo e que depara com o fato da resistência dos microorganismos e o surgimento das superbactérias e, paralelamente, o  não desenvolvimento de novos fármacos.

A AMIB alerta que o método mais eficaz e barato de prevenir as infecções é ainda a lavagem das mãos.