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70% dos pacientes internados em UTI têm algum tipo de infecção

17% dos leitos de UTIs no Brasil são ocupados por pacientes com sepse grave.

A AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) promoveu no último dia 23, o V Simpósio Pós-SCCM (versão nacional de um dos maiores eventos de terapia intensiva do mundo, o da Sociedade Norte-Americana de Terapia Intensiva).

Os palestrantes abordaram temas relevantes sobre o tratamento do paciente crítico. Um das mesas do evento foi dedicada à “Sepse e Doenças Infecciosas”. Para os profissionais que atuam nas unidades de terapia intensiva, as infecções preocupam muito, pois depois do trauma, são responsáveis por altos índices de mortalidade. Os estudos revelam que 70% dos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva recebem tratamento para algum tipo de infecção. Nesse ambiente, o risco de infecção é de 5 a10 vezes maior do em outros ambientes hospitalares e podem chega a representar 20% do total de casos registrados de infecção em um hospital.

“Muitos são os fatores que contribuem para o desenvolvimento de infecções, temos que pensar que, hoje, o perfil do paciente que chega à UTI é muito diferente de 20 anos atrás. Devido à evolução da medicina que promoveu a sobrevida de pacientes com doenças graves, esses, quando são tratados nas UTIs, são mais velhos e, por terem passado por tratamentos radicais, são mais suscetíveis a um processo infeccioso. Por isso, é muito importante a atenção e a prevenção nesses pacientes”, disse o Dr. José Mario Teles, presidente da AMIB.

Mas o médico intensivista alerta que qualquer paciente que está em uma UTI pode sofrer um processo infeccioso. Portanto, alguns pontos devem ser observados pelos profissionais que cuidam do doente crítico. “A assistência em unidade de terapia intensiva é constantemente desafiada por infecções relacionada aos procedimentos invasivos. Precisamos analisar caso a caso e determinar se realmente tais procedimentos são necessários no paciente”, explica.
Outro ponto levantado pelo médico intensivista é o uso indiscriminado e, às vezes, desnecessário de antibióticos e antimicrobianos. “Esse é um tema muito complexo e que depara com o fato da resistência dos microorganismos e não desenvolvimento de novos fármacos”.

No entanto, o Dr. José Mario reforça que ainda o método mais eficaz e barato de prevenir as infecções é a lavagem das mãos.

O profissional também apresentou o “Guidelines 2012 da Surviving Sepsis Campaign (Sobrevivendo à Sepse). Sepse é um tema de grande preocupação dos profissionais da terapia intensiva. Segundo dados levantados pela GSA (Global Sepsis Alliance), surgem a cada ano cerca de 30 milhões de novos casos no mundo. “É uma das doenças mais comum e menos reconhecida, tanto em países em desenvolvimento como desenvolvidos”, alerta Dr. José Mario Teles.

Dados de estudos epidemiológicos brasileiros, coordenados pelo ILAS (Instituto Latino-Americano de Sepse), apontam que cerca de 17% dos leitos de UTIs em nosso país são ocupados por pacientes com sepse grave; e a taxa de mortalidade chega a alcançar 55% dos pacientes que apresentam sepse nas UTIs brasileiras, havendo importante heterogeneidade entre as instituições de saúde, que pode variar entre 30% e 70%.

Na última década, a taxa de incidência da doença aumentou entre 8% e 13% em relação à década passada, sendo responsável por mais óbitos do que alguns tipos de câncer, como o de mama e o de intestino.

Fonte – Portal Hospitais Brasil

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