SOPATI Sociedade Paulista de Terapia Intensiva
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Departamento de Fonoaudiologia

Os cuidados ao paciente grave ou potencialmente grave são feitos nas unidades de terapia intensiva (UTI) por uma equipe multiprofissional. O fonoaudiólogo faz parte dessa equipe e atua nas questões relacionadas à comunicação e à alimentação/deglutição.

A prevalência de distúrbios de deglutição (disfagia orofaríngea) é relativamente alta nos doentes internados nas UTIs, estando presentes em diferentes situações, como: pacientes acima de 60 anos; nos pacientes com intubação orotraqueal por períodos iguais ou superiores a 48 horas; que fazem uso de cânula de traqueostomia com ou sem ventilação mecânica associada; nos pacientes que apresentaram quadro de sepse grave; com doenças neurológicas e/ou respiratórias; ferimento, cirurgia ou câncer nas regiões de cabeça e pescoço; apresentem rebaixamento de nível de consciência ou delirium; fraqueza adquirida na UTI (polineuropatia do paciente critico); e apresentem queixas de deglutição com sinais como tosse, engasgos, voz molhada e dispneia durante a alimentação.

A disfagia orofaríngea e, consequentemente, a broncoaspiração pode elevar o tempo de internação hospitalar e os custos hospitalares. Em vista disso, faz-se necessária, a criação de protocolos multiprofissionais de detecção e gerenciamento do risco de broncoaspiração. Esse protocolo deve instituir a identificação destes fatores de risco, assim como propor barreiras de segurança contra a aspiração.

A detecção precoce do risco de broncoaspiração feita por qualquer membro da equipe multiprofissional direciona o fonoaudiólogo para avaliação e intervenção, visando a introdução da dieta por via oral de forma segura e reabilitação para restabelecer a função da deglutição. Havendo condição clínica para a avaliação fonoaudiológica, o fonoaudiólogo realizará a anamnese, leitura crítica do prontuário, discussão com a equipe multiprofissional, avaliação estrutural e, se indicado, avaliação funcional da deglutição. A partir daí irá definir a conduta, o prognóstico e traçar a linha de cuidados e reabilitação.

A intervenção e mobilização precoce do paciente são iniciativas que promovem um melhor desfecho do caso, mas nem sempre são tarefas facilmente executáveis. Para a Fonoaudiologia o desafio é ainda maior, devido a gravidade e a complexidade dos pacientes internados em terapia intensiva, necessitando sempre de discussão multidisciplinar para avaliar o momento apropriado para a intervenção fonoaudiológica, em especial se essa intervenção tiver por objetivo a reintrodução da dieta via oral de forma segura.

Além da atuação na prevenção da broncoaspiração, o fonoaudiólogo atuará com os pacientes vulneráveis também em relação à sua comunicação, quer seja com a equipe de saúde ou seus familiares. Isso se dá por diversos fatores, como na presença de doenças neurológicas, tubos traqueais e cânulas de traqueostomias. O delirium, as demências e o uso de sedativos podem dificultar também a comunicação. A confusão mental e a dificuldade em lidar com o novo ambiente e a nova situação clínica, muitas vezes associada aos déficits de percepção e localização no tempo e no espaço também trazem prejuízo. Desta forma, o fonoaudiólogo por meio de estratégias de comunicação, auxiliará a comunicação entre equipe multidisciplinar e paciente.

Receber alta hospitalar ainda sem a condição de se comunicar ou de se alimentar parcial ou exclusivamente por via oral impacta grandemente na qualidade de vida de todos os envolvidos nos cuidados ao paciente. Por isso é preciso manejar adequadamente e precocemente essas situações de risco, demonstrando a importância da equipe de Fonoaudiologia na atuação em terapia intensiva.

Membros do Depto de Fonoaudiologia:
Camila Fussi
Cristiane Soares Henrique
Lúcia Mourão


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