Artigo Comentado - Fevereiro/2015
Políticas de visitação em unidades de terapia intensiva no Brasil: um levantamento multicêntrico
Autores: Fernando José da Silva Ramos, Renata Rego Lins Fumis, Luciano Cesar Pontes de Azevedo,Guilherme Schettino
OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo determinar a política de visitação predominante nas unidades de terapia intensiva e quais comodidades proporcionadas aos visitantes.
MÉTODOS: Foram enviados 800 convites a endereços de e-mail de médicos e enfermeiros intensivistas listados nos grupos de pesquisa da Rede da Associação de Medicina Intensiva Brasileira e da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva. A mensagem por e-mail continha um link para um questionário de 33 itens a respeito do perfil de suas respectivas unidades de terapia intensiva.
RESULTADOS: Foram incluídos no estudo os questionários de 162 unidades de terapia intensiva localizadas em todas as regiões do país, mas foram predominantes as das Regiões Sudeste (58%) e Sul (16%). Apenas 2,6% das unidades de terapia intensiva relataram ter políticas liberais de visitação, enquanto 45,1% das unidades de terapia intensiva possibilitavam dois períodos diários de visitação e 69,1% permitiam de 31 a 60 minutos de visita por período. Em situações especiais, como casos de fim de vida, 98,7% delas permitiam visitas em horários flexíveis. Cerca de metade das unidades de terapia intensiva (50,8%) não oferecia qualquer comodidade aos visitantes. Apenas 46,9% das unidades de terapia intensiva tinham uma sala de reunião com familiares, e 37% não dispunham de uma sala de espera.
CONCLUSÃO: Nas unidades de terapia intensiva do Brasil, houve predominância de políticas restritivas de visitação, sendo que a maioria delas só permite dois períodos diários de visitação. Também há uma ausência de comodidades para os visitantes.
Palavras-chave: Visitas a paciente; Assistência centrada no paciente/normas; Relações profissional-família; Relações profissional-paciente; Unidades de terapia intensiva/normas; Questionários.