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Artigo Comentado - Maio/2014

Reclassificando o espectro de pacientes sépticos com o uso do lactato: sepse grave, choque críptico, choque vasoplégico e choque disóxico

Autores: Otavio Tavares Ranzani, Mariana Barbosa Monteiro, Elaine Maria Ferreira, Sergio Ricardo Santos, Flavia Ribeiro Machado, Danilo Teixeira Noritomi.

Objetivo: A definição atual de sepse grave e choque séptico inclui um perfil heterogêneo de pacientes. Embora o valor prognóstico de hiperlactatemia seja bem estabelecido, ela está presente em pacientes com ou sem choque. Nosso objetivo foi comparar o prognóstico de pacientes sépticos estratificando-os segundo dois fatores: hiperlactatemia e hipotensão persistente.

Métodos: Este estudo é uma análise secundária de um estudo observacional conduzido em dez hospitais no Brasil (Rede Amil - SP). Pacientes sépticos com valor inicial de lactato das primeiras 6 horas do diagnóstico foram incluídos e divididos em 4 grupos segundo hiperlactatemia (lactato >4mmol/L) e hipotensão persistente: (1) sepse grave (sem ambos os critérios); (2) choque críptico (hiperlactatemia sem hipotensão persistente); (3) choque vasoplégico (hipotensão persistente sem hiperlactatemia); e (4) choque disóxico (ambos os critérios).

Resultados: Foram analisados 1.948 pacientes, e o grupo sepse grave constituiu 52% dos pacientes, seguido por 28% com choque vasoplégico, 12% choque disóxico e 8% com choque críptico. A sobrevida em 28 dias foi diferente entre os grupos (p<0,001), sendo maior para o grupo sepse grave (69%; p<0,001 versus outros), semelhante entre choque críptico e vasoplégico (53%; p=0,39) e menor para choque disóxico (38%; p<0,001 versus outros). Em análise ajustada, a sobrevida em 28 dias permaneceu diferente entre os grupos (p<0,001), sendo a maior razão de risco para o grupo choque disóxico (HR=2,99; IC95% 2,21-4,05).

Conclusão: A definição de pacientes com sepse inclui quatro diferentes perfis, se considerarmos a presença de hiperlactatemia. Novos estudos são necessários para melhor caracterizar pacientes sépticos e gerar conhecimento epidemiológico, além de possível adequação de tratamentos dirigidos.

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