Pesquisa inédita atesta insatisfação de médicos intensivistas na relação com planos de saúde

A Associação Paulista de Medicina (APM), em parceria com diversas especialidades médicas, entidades da odontologia e fisioterapia, entrevistou profissionais das três áreas sobre a relação com os planos de saúde.

A pesquisa ouviu 89 médicos intensivistas revelando que a maioria está insatisfeita com a sua remuneração na saúde suplementar (95,51%).

As entidades médicas têm recebido muitas reclamações dos associados sobre abusos cometidos pelos convênios. Devido a esses incômodos, 89,89% dos intensivistas acreditam os planos de saúde interferem na autonomia do médico.

Os profissionais listaram como práticas dos convênios: restringir tratamento de doenças preexistentes (61,80% dos entrevistados), não autorizar procedimentos ou medidas terapêuticas (80,90%), dificultar atos diagnósticos e terapêuticos mediante designação de auditores (67,42%), interferir no tempo de internação de pacientes (46,07%), restringir procedimentos de alta complexidade (70,79%).

Ao serem questionados se enfrentam dificuldades para obter autorização de internação em hospitais ou em terapia intensiva, a maior parte respondeu afirmativamente (57,30%). Outro dado preocupante: 75,28% dos médicos alegaram que tiveram de aumentar sua carga de trabalho em virtude dos honorários pagos pelos planos de saúde.

Sobre pacientes que foram obrigados a recorrer ao SUS ou a atendimento particular em função dos obstáculos impostos pelos planos, 89,89% disseram ter ao menos um nesse caso. Dos entrevistados, 48,31% classificaram as operadoras de saúde como ruim/péssima, em avaliação geral.

A pesquisa, que também tem apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, dos Sindicatos dos Médicos, da Academia de Medicina de São Paulo e da Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas, foi realizada entre os dias 3 e 14 de abril, com o objetivo de conhecer a opinião de médicos especialistas, cirurgiões-dentistas e fisioterapeutas sobre a relação com os planos e seguros saúde.

Confira a pesquisa completa com outros dados estarrecedores no portal www.apm.org.br ou nos das demais entidades participantes do estudo.