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Infecção generalizada mata 338 em 3 anos

02/05/2013

Infecções generalizadas mataram 338 pacientes atendidos no Hospital de Base, em Rio Preto, nos últimos três anos. Esse número representa 60% das 564 pessoas que passaram pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HB nesse período. As mortes foram causadas por infecções generalizadas causadas por vírus, bactérias e fungos. Para reduzir esse alto índice de óbitos, o HB iniciou esta semana treinamento com cerca de 120 intensivistas e profissionais da emergência.

A meta é preparar esses profissionais para que o diagnóstico das infecções e tratamento sejam iniciados em até uma hora após a pessoa dar entrada na unidade, período considerado crucial pelos médicos para sobrevivência do paciente com esse tipo de enfermidade. O HB é um dos 175 hospitais do país escolhidos pelo Ministério da Saúde para participar da campanha “Sobrevivendo à Sepse”.

Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que atendem pelo SUS e por convênios participam do treinamento. Na unidade está sendo implantado um “protocolo de manejo e sepse”. Todos os pacientes são avaliados pela equipe de triagem e os que possuem infecção recebem uma pulseira verde e têm atendimento prioritário. “A única maneira de evitar mortes pela sepse é o diagnostico precoce e a aplicação rápida de antibiótico, além da remoção do quadro infeccioso”, explica a médica intensivista Suzana Lobo, chefe do Serviço de Terapia Intensiva do HB e também professora de medicina intensiva da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp).

De acordo com a especialista, a doença tem três níveis. A forma mais leve é quando o paciente desenvolve uma infecção e a resposta inflamatória do organismo é desproporcional. Caso a infecção provoque disfunções orgânicas, ela se torna a chamada sepse grave. Existe ainda a forma mais letal da doença, denominada choque séptico, ou seja, quando afeta o sistema cardiovascular. Nessa última, 70% dos paciente morrem, de acordo com a médica.

Atendimento rápido

Vítima de infecção, a doméstica Ana Regina Bento Marques, 38 anos, foi salva graças ao rápido atendimento da equipe médica do HB. Portadora de uma anemia hereditária, ela teve dengue e devido à baixa imunidade desenvolveu pneumonia. E quando chegou ao hospital, já sem conseguir andar, com pressão arterial baixa e febre alta, foi descoberta uma infecção pulmonar.

“Por causa da dengue não comia e nem bebia, fiquei muito fraca, mesmo recebendo soro todos os dias durante duas semanas. Depois comecei a ter dificuldade para respirar e quando cheguei ao hospital já não sentia minhas pernas. Minha febre era de 42 graus e minha pressão estava 8 por 2.” Ana teve a infecção diagnosticada devido aos sintomas e comprovado por um exame de raio-X. Por duas semanas ficou internada e ainda hoje, uma semana após receber alta, precisa tomar antibióticos para ficar totalmente curada.

Sepse, mai letal que AVC e infarto

A médica intensivista Suzana Lobo afirma que a demora no diagnóstico e tratamento dessas infecções, somada à falta de vagas nas UTIs, são os motivos do grande número de óbitos no Brasil. “Só no nosso país são 180 mil mortes por ano. A doença mata mais que AVC e enfarte. A diferença é que esses dois são atendidos prontamente, enquanto para a sepse ninguém está vendo.”

Sintomas

Segundo a enfermeira intensivista Samanta Vaccari, uma das coordenadoras do curso, quando o paciente chega ao HB passa por uma triagem. É verificado se ele tem febre, frequência cardíaca e respiratória acelerada e como está a situação das células de defesa. Se o paciente tiver dois desses sintomas, somados a alguma infecção como pneumonia, por exemplo, recebe o diagnóstico de sepse. “Quanto mais tempo demorar, maior a mortalidade”, explica Samanta.

Fonte: Diário Web

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